Engraçado pensar que enquanto eu estou aqui no computador, escrevendo, morrendo de sono, mas precisando escrever para esvaziar minha mente e meu coração ( e minha alma também porque não?!!!) existem milhões de coisas acontecendo pelo mundo, tem gente acordando agora, indo durmir, tem gente matando e morrendo, gente feliz e sofrendo, gente na balada, brigando, amando, perdoando, dirigindo, falando no celular, sonhando... tem promessas sendo feitas, orações, pedidos, desejos sendo atendidos.
Tem tanta coisa, que me sinto uma formiga. Afinal, tenho me sentido uma formiga nos ultimos dias. Não por "ter problemas" ou por estar em situações que não gostaria, de varios aspectos e maneiras. E sim, por perceber que mesmo tendo sentimentos, mesmo amando, mesmo tentando ser melhor para o mundo, para as pessoas, mesmo fazendo a minha parte, as vezes sinto que nada mudará. É como viver sabendo que vai morrer ou que o mundo vai acabar, é como arrumar a cama de manhã, sabendo que a noite vai ser desarrumada... Me sinto pequena quando abro a janela e vejo o mar. Porém agradeço, tem gente que nunca pisou na areia, tem gente que não pode enxergar o mar...
Sei que até as formigas tem seu lugar na natureza, no mundo. E sei claro que sempre tem espaço para mais um... Mas qual é o espaço que devo ocupar? Para a familia, a filha, a neta, a sobrinha, a prima... para a sociedade a estudante, empregada, ou desempregada... Para cada um somos uma coisa. E para nós o que somos. O que sou para mim? Andei tão perdida de mim esse tempo todo, mesmo sendo fiel ao que sinto, me sinto só. Não me sinto minha amiga. Há tanto tempo que já não converso comigo mesmo e me pergunto o que eu quero? O que eu quero ser? O que eu quero agora? Não me abraço mais, não me elogio mais... e há tanto tempo nem sei como é que a Letícia dentro de mim tem se sentido. Porque quando não sabemos o que um amigo sente é falta de tempo, é falta de perguntar, é coisa dele... Mas e quando é a gente mesmo? Não pode ser falta de tempo, mas com certeza é falta de pensar...
e ando pensando tanto com que acontece pelo mundo que esqueço que faço parte dele, e que eu, particularmente tambem sou um mundo...
só não posso me abandonar.
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